Leitores eletrônicos são mais ''verdes'' do que livros de papel?
Em
2009, nada de celulares tecnológicos, GPS ou laptops. O gadget mais
falado do ano foi o leitor eletrônico de livros, também chamado de
e-book reader. A novidade ainda não chegou ao Brasil, mas nos Estados
Unidos virou febre. O princípio desse aparelho é simples. Em uma tela do
tamanho de um livro de bolso, o usuário pode fazer o download e ler
qualquer um dos mais de 125.000 títulos disponíveis para a compra
virtual. Muito mais leve, fácil de carregar e ainda com memória capaz de
armazenar 200 obras, parece uma ótima opção. Mas um dos maiores apelos
do gadget é abolir o uso de papel e a consequente derrubada de árvores.
Porém, não demorou muito para que surgisse a polêmica: será que é mesmo
melhor para o meio ambiente usar leitores eletrônicos em vez de gastar
papel?
Para entender a questão, é preciso pensar sobre o que
acontece durante a produção de um livro. Para conseguir papel, a
indústria retira celulose da madeira e, durante o processo de produção,
gasta muita água e energia elétrica, além de serem usados substâncias
químicas poluidoras. "A fabricação de papel tem um impacto muito grande
ao meio ambiente. Muitas empresas usam madeira não certificada ou têm
plantações em área que não é adequada", explica Wilson Shoji,
coordenador do curso de Gestão Ambiental da Universidade
Anhembi-Morumbi. Porém, o professor lembra que, ao mesmo tempo, para se
fabricar um aparelho eletrônico também há impacto para a natureza e,
pior, a utilização desses equipamentos ainda demanda grandes gastos de
energia elétrica. "No fim da vida, os computadores viram lixo
eletrônico, com algumas partes que não são recicladas, e vão degradar o
ambiente", afirma Wilson Shoji.
Ainda não existem estudos que
comparem os níveis de emissão de carbono envolvidos em toda a produção e
utilização de livros tradicionais e leitores eletrônicos. Porém, outra
discussão que se levanta é sobre a durabilidade de cada produto. Um
computador tem vida útil de cerca de cinco anos e, segundo uma pesquisa
do Instituto Nacional para Padrões e Tecnologia (Nist) dos Estados
Unidos, um CD ou DVD, mesmo sob as condições ideais de conservação, não
dura mais que algumas décadas. "Existem livros de papel que datam de
cinco mil anos atrás. Um aparelho eletrônico nunca resistiria tanto e
logo viraria lixo. E mesmo que o livro não seja mais utilizado, o papel
ainda pode ser completamente reciclado. Ou seja, a longo prazo, pode
haver menos lixo", diz Wilson Shoji. Apesar de não poder oferecer uma
conclusão final sobre qual dos meios é melhor para o meio ambiente, o
professor diz que o importante é que a questão venha à tona. "É preciso
discutir tudo isso para que as pessoas imbuídas das questões de
sustentabilidade possam buscar respostas e soluções", diz.
Questões:
1.Vocês
acham que o livro digital auxilia na preservação das arvores?
2.Com
a chegada dos livros digitais vocês acha que os livros impressos vão
desaparecer com o tempo?
3.Com
a chegada dessa tecnologia(e-books)no Brasil você acha que todos os brasileiros
poderão ter acesso a essas tecnologias?
4.Você
acha que essas tecnologias ajudariam na aprendizagem se implantada nas escolas?